Arranjos familiares e desempenho escolar de alunos do 5º e 9º anos no Brasil em 2015
DOI:
https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0142%20%20Palavras-chave:
Arranjos familiares, Desempenho escolar, Modelos HierárquicosResumo
Os arranjos familiares têm se transformado a partir de diversos processos dinâmicos, como a redução da fecundidade, a emancipação da mulher e sua consequente inserção no mercado de trabalho, o aumento do número de divórcios e a ampliação da expectativa de vida. Essas transformações levaram a uma diminuição do tamanho das famílias e diversificação de sua composição. Diante do surgimento de novas estruturas familiares decorrentes da dinâmica social, este estudo analisa a relação dos arranjos familiares com o desempenho escolar dos alunos do 5º e 9º anos de escolas públicas no Brasil em 2015, a partir dos dados da Prova Brasil. A nota de matemática foi utilizada como medida de desempenho e os efeitos da família foram avaliados a partir da modelagem hierárquica dos dados. Os resultados demonstram pouco efeito dos arranjos familiares sobre a proficiência média em matemática, evidenciando que outros elementos e mediadores relacionados aos resultados escolares, tais como status socioeconômico, trajetória do aluno, hábitos escolares individuais e ambiente da escola, apresentam maior relação com o desempenho escolar do que a composição do arranjo por si só.
Downloads
Referências
ALVES, J; CAVENAGHI, S. Tendências demográficas, dos domicílios e das familias no Brasil. Aparte IE/UFRJ, v.1, p. 1 - 31, 2012.
ALVES, M; NOGUEIRA, M. Fatores familiares e desempenho escolar: uma abordagem multidimensional. Revista de Ciências Sociais, vol. 56, n.3, 2013.
BARBOSA, M; FERNANDES, C. Modelo multinível: uma aplicação a dados de avaliação educacional. Estudos em Avaliação Educacional, n. 22, p. 135-154, 2000.
BARBOZA, E. A composição das turmas e o desempenho escolar na rede pública de ensino de Minas Gerais. Tese (Doutorado em educação) – Faculdade de educação, PUC-RIO. Rio de Janeiro, 2006.
BELLER, E. Bringing intergenerational social mobility research into the twenty-first century: Why mothers matter. American Sociological Review, vol. 74, n. 4, p. 507-528, 2009.
BERQUÓ, E; OLIVEIRA, M. Casamento em tempos de crise. Revista Brasileira de Estudos de População, volume 9, n. 2, p. 155-167, 2014.
BERQUÓ, E; CAVENAGHI, S. Mapeamento sócio-econômico e demográfico dos regimes de fecundidade no Brasil e sua variação entre 1991 e 2000. In: XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, Anais, p. 1-18, 2016.
BONAMINO, A. Os efeitos das diferentes formas de capital no desempenho escolar: um estudo à luz de Bourdieu e de Coleman. Revista Brasileira de Educação, v. 15, n. 45, 2010.
BROWN, S. Family structure and child well‐being: the significance of parental cohabitation. Journal of Marriage and Family, v. 66, n. 2, p. 351-367, 2004.
FOMBY, P; CHERLIN, A. Family instability and child well-being. American sociological review, v. 72, n. 2, p. 181-204, 2007.
GARCÍA, B; OLIVEIRA, O. Family changes and public policies in Latin America. Annual review of sociology, v. 37, p. 593-611, 2011.
GARNEAU, C. Family structure, social capital, and educational outcomes in two-parent families. Dissertação (Mestrado em Ciências da Família e da criança) -Faculdade de Ciências Humanas, Universidade Estadual da Flórida, EUA, 2012.
GOLDANI, A. et al. As famílias no Brasil contemporâneo e o mito da desestruturação. Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu/Unicamp, pp.67-110. 2005
GOLDANI, A. As famílias brasileiras: mudanças e perspectivas. Cadernos de pesquisa, n. 91, p. 7-22, 2013.
GRIESBACH, D; AMOS, A; CURRIE, C. Adolescent smoking and family structure in Europe. Social science & medicine, v. 56, n. 1, p. 41-52, 2003.
HOX, J. Applied multilevel analysis. TT-publikaties, 1995.
INEP. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Microdados da Aneb e da Anresc 2015. Brasília: Inep, 2017. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/basica-levantamentos-acessar>. Acesso em: 30 jan. 2017.
LESTHAEGHE, R. The second demographic transition: A concise overview of its development. Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 111, n. 51, p. 18112-18115, 2014.
LIMA, L; DOS SANTOS, D. Influência Paterna na Alfabetização. Anais do XLII Encontro Nacional de Economia [Proceedings of the 42nd Brazilian Economics Meeting]. ANPEC-Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia. 2016.
LIMA, L. Arranjos Familiares e desempenho escolar de alunos do 5º e 9º ano no Brasil em 2015. Dissertação (Mestrado em população, território e estatísticas públicas) - Programa de pós-graduação população, território e estatísticas públicas, Escola Nacional de Ciências Estatísticas, Rio de Janeiro, 2018.
LUZ, L. Os determinantes do desempenho escolar: a estratificação educacional e o efeito valor adicionado. Anais, p. 1-20, 2016.
MACHADO, A. Qualidade do ensino em matemática: determinantes do desempenho de alunos em escolas públicas estaduais mineiras. Revista da Anpec, v. 9, n. 1, 2008.
MARTELETO, L; DE SOUZA, L. The changing impact of family size on adolescents’ schooling: Assessing the exogenous variation in fertility using twins in Brazil. Demography, v. 49, n. 4, p. 1453-1477, 2012.
MARTINS, J; TEIXEIRA, E. As estruturas familiares afetam o desempenho escolar no brasil? Anais. v. 15, n. 3, p. 7-18, 2016.
MCLANAHAN, S. Diverging destinies: How children are faring under the second demographic transition. Demography, v. 41, n. 4, p. 607-627, 2004.
MEDEIROS, M; OLIVEIRA, L. Desigualdades regionais em educação: potencial de convergência. Sociedade e Estado, v. 29, n. 2, p. 561-585, 2014.
MENEZES-FILHO, N. Os determinantes do desempenho escolar do Brasil. Instituto Futuro Brasil, pp. 1-31, 2007.
MOREIRA, K; JACINTO, P; B. Determinantes da proficiência em matemática no Rio Grande do Sul: uma análise a partir de modelos hierárquicos. Ensaios FEE, v. 38, n. 1, p. 7-34, 2017.
Murphy, M. Long‐Term Effects of the Demographic Transition on Family and Kinship Networks in Britain. Population and Development Review, vol. 37, p. 55-80, 2011.
NEY, M; DE SOUZA, P; PONCIANO, N. Desigualdade de acesso à educação e evasão escolar entre ricos e pobres no Brasil rural e urbano. InterSciencePlace, v. 1, n. 13, 2015.
PALERMO, G. Fatores associados ao desempenho escolar: uma análise da proficiência em matemática dos alunos do 5º ano do ensino fundamental da rede municipal do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Estudos de População. vol.31, n.2, p.367-394, 2014.
PRATTA, E; SANTOS, M. Família e adolescência: a influência do contexto familiar no desenvolvimento psicológico de seus membros. Psicologia em estudo, v. 12, n. 2, p. 247-256, 2007.
RESENDE, T; NOGUEIRA, C; NOGUEIRA, M. Escolha do estabelecimento de ensino e perfis familiares: uma faceta a mais das desigualdades escolares. Educação & Sociedade, v. 32, n. 117, pp.953-970, 2011.
RIANI, J; RIOS-NETO, E. Background familiar versus perfil escolar do município: qual possui maior impacto no resultado educacional dos alunos brasileiros. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 25, n. 2, p. 251-269, 2008.
TAMURA, K. Modelo logístico multinível: Um enfoque em métodos de estimação e predição. Tese (Doutorado em Estatística) – Departamento de matemática e estatística, Universidade de São Paulo, 2007.
TOMÁS, M. Reviewing family studies: a brief comment on selected topics. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 30, n. 1, p. 171-198, 2013.
TOMÁS, M.; WAJNMAN, S; CARVALHO, A. Family Structure and Education Achievement: an analysis of young adults in Brazil for 2010. Anais, p. 1-21, 2016.
TRENDS, C. World family map 2015: Mapping family change and child well-being outcomes. World Family Map. Disponível em: < https://www.childtrends.org/wp-content/uploads/2015/09/2015-39WorldFamilyMap2015.pdf >. Acesso em: 8 mar. 2019.
XAVIER, F; ALVES, M. A composição social importa para os efeitos das escolas no ensino fundamental? Estudos em Avaliação Educacional, v. 26, n. 61, p. 216-242, 2015.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Revista Brasileira de Estudos de População

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os artigos publicados na Rebep são originais e protegidos sob a licença Creative Commons do tipo atribuição (CC-BY). Essa licença permite reutilizar as publicações na íntegra ou parcialmente para qualquer propósito, de forma gratuita, mesmo para fins comerciais. Qualquer pessoa ou instituição pode copiar, distribuir ou reutilizar o conteúdo, desde que o autor e a fonte original sejam propriamente mencionados.