Analfabetismo da população brasileira nas análises de Giorgio Mortara sobre o censo de 1940
DOI:
https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0213Palavras-chave:
Analfabetismo, História da demografia, Censo demográficoResumo
Este artigo apresenta análises de Giorgio Mortara sobre as informações do recenseamento populacional brasileiro realizado em 1940 referentes especificamente ao analfabetismo no Distrito Federal (Rio de Janeiro) e no município de São Paulo. Mortara nasceu na Itália, onde se formou e se estabeleceu como reconhecido estatístico, e, em 1939, mudou-se para o Brasil, tendo colaborado decisivamente na constituição do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e na produção demográfica brasileira. Vários de seus estudos dedicam-se à análise dos resultados dos levantamentos censitários brasileiros e são amplamente citados e conhecidos no país. No presente artigo, contudo, o foco são algumas análises elaboradas pelo autor sobre o analfabetismo, publicadas em 1945 na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, que são pouco citadas na literatura sobre o tema. Nesses estudos, o autor identifica aspectos e tendências que ainda não compunham o repertório analítico no período. São os casos da observação do alfabetismo mais acentuado nas gerações mais jovens, da tendência de menor índice de analfabetismo entre as meninas e das diferenças de índice em relação à categoria cor.
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