Insegurança alimentar, bem-estar subjetivo e uso de redes sociais no Brasil entre 2014 e 2018
DOI:
https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0265Palavras-chave:
Insegurança alimentar, Bem-estar subjetivo, Redes sociais, Felicidade, Satisfação com a vidaResumo
A grande recessão brasileira foi a queda mais acentuada na atividade econômica no Brasil entre o final da Segunda Guerra Mundial e a pandemia de Covid-19. Esta crise econômica pode ter consequências negativas duradouras e não antecipadas sobre a insegurança alimentar (IA) e o bem-estar subjetivo (BES). Além disso, o BES está cada vez mais ligado ao uso de serviços de redes sociais (SRS). O artigo utilizou dados da Pesquisa Mundial de Valores (WVS) e modelos logísticos e logísticos ordenados para testar empiricamente algumas hipóteses. Os resultados empíricos mostraram que: IA está negativamente correlacionada com a satisfação com a vida, mas não com a felicidade; IA não está relacionada ao uso de SRS, pois ainda poucas pessoas os utilizam e os grupos populacionais que sofrem de IA pouco se sobrepõem aos que usam SRS diariamente; BES teve relações positivas com SRS quando o uso não era muito disseminado; as associações entre BES e o uso de SRS tornaram-se negativas à medida que o uso de SRS se tornou mais disseminado.
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