O papel dos organismos internacionais na evolução dos estudos populacionais no Brasil: notas preliminares

Autores

  • George Martine Consultor independente e presidente da Associação Brasileira de Estudos Populacionais

Palavras-chave:

Agências internacionais de financiamento de estudos, Avanços da demografia, Políticas demográficas, Brasil

Resumo

O artigo analisa a influência das agências internacionais na evolução dos estudos populacionais no Brasil. O notável crescimento da área de demografia no país foi impulsionado, em parte, pela preocupação internacional com o crescimento populacional e pelos recursos colocados à nossa disposição. Os organismos internacionais que queriam influenciar a questão populacional no Brasil optaram por um de dois caminhos. A Usaid e o FNUAP (até a Conferência do Cairo) aliaram-se principalmente às entidades que promoviam o planejamento familiar e, por esse caminho, a redução da fecundidade. A Fundação Ford, a Organização Pan-Americana de Saúde, o Population Council e a Fundação Rockefeller adotaram uma estratégia menos direta, que acabou sendo mais proveitosa para o Brasil: estimularam a formação de uma massa crítica capaz de assumir a iniciativa do pensamento político na área populacional. Direta ou indiretamente, isto acabou beneficiando os pesquisadores e as diversas instituições de ensino e pesquisa agora existentes no país. O doador internacional com maior influência ao longo do tempo tem sido a Fundação Ford. A Fundação MacArthur imprimiu uma nova abordagem ao financiamento de estudos populacionais, antevendo a visão do Cairo. Hoje, o FNUAP, na sua versão pós-Cairo, é praticamente o único doador que continua apoiando esse campo do conhecimento, o que exigirá dos pesquisadores maior criatividade para continuar expandindo a influência dos estudos populacionais no futuro.

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Publicado

2005-12-30

Como Citar

Martine, G. (2005). O papel dos organismos internacionais na evolução dos estudos populacionais no Brasil: notas preliminares. Revista Brasileira De Estudos De População, 22(2), 257–275. Recuperado de https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/243

Edição

Seção

Artigos originais