Autoidentificação no censo equatoriano de 2022: dinâmica demográfica e barreiras estruturais
DOI:
https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0282Palavras-chave:
Populações indígenas, Censos, Metodologia censitária, Autoidentificação, Fecundidade, MigraçãoResumo
As questões relacionadas com a etnicidade ganharam importância nas agendas latino- -americanas. No Equador, os censos tiveram limitações históricas, evoluindo para incluir critérios de autoidentificação linguística e étnica desde 2001. Comparando os resultados do Censo 2022 com os anteriores, observou-se uma redução da população indígena em determinados territórios, motivando este estudo a analisar suas possíveis causas. Trata-se de uma investigação exploratória e descritiva, qualitativa e quantitativa, com recurso a um questionário pós-censitário e a entrevistas semiestruturadas em freguesias selecionadas. Observaram-se alterações demográficas significativas na população indígena, com diminuição da população jovem em idade produtiva e aumento da população idosa. A transição demográfica tem um impacto direto na carga populacional e nas bases da população indígena. A migração e a fecundidade são fatores fundamentais que influenciam a dinâmica populacional, juntamente com a metodologia censitária que tem impactado na redução de pessoas recenseadas. Esse declínio não pode ser atribuído a uma perda de identidade, pois os dados mostram uma mudança na composição da população. É essencial continuar a realizar análises para compreender para onde se desloca a população não recenseada nestas áreas e garantir informação relevante e confiável para a formulação de políticas públicas inclusivas.
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