Família e trabalho: precariedade e pauperismo na Grande São Paulo
Resumo
Família e trabalho: precariedade e pauperlsmo na Grande São Paulo. Com base em dados de 1981, tendo portanto como referência empírica a conjuntura de crise e desemprego da primeira metade da década de 80, este artigo analisa as condições de inserção de homens e mulheres, adultos e jovens no mercado de trabalho. Enfatizando as discriminações de sexo e idade operantes nesse mercado, o objetivo é mostrar que se a precariedade e vulnerabilidade nas condições de emprego é situação predominante, atinge especialmente as mulheres e os mais jovens. Essa questão é no entanto analisada pelo ângulo da família, ou seja, o impacto dessas discriminações no espaço familiar. Em outras palavras, o que interessa neste artigo é explicitar as relações entre mercado e família, cruciais para a compreensão dos processos de pauperização das populações urbanas. O argumento central desenvolvido é o seguinte: se é verdade que a sobrevivência dos trabalhadores urbanos depende de um empreendimento coletivo articulado no espaço da família, mediante a mobilização de seus vários membros para o mercado, é essa importância mesma da família que explícita o frágil equilíbrio em que estão estruturadas as condições da vida familiar. E é isso que permite dizer que a pobreza diz respeito à precariedade inscrita nas formas de vida familiar. Essa precariedade traduz as regras excludentes que estruturam a vida social e é ela que dá a medida da ordem das desigualdades e exclusões própria da sociedade brasileira. É dessa precariedade que este artigo trata e é através dela que se procura mostrar que a questão dos (não) direitos é central na forma peculiar pela qual a relação entre família e mercado se realiza.Downloads
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