https://rebep.emnuvens.com.br/revista/issue/feed Revista Brasileira de Estudos de População 2025-01-14T11:57:03-03:00 Cássio Maldonado Turra - Cedeplar/UFMG (Editor) editor@rebep.org.br Open Journal Systems REBEP - Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2399 Em busca de novas representações demográficas: O campo de estudos das grades populacionais em tempos de máquinas que aprendem 2024-04-04T16:14:22-03:00 Diego Moreira Silva silvamoreiradiego0@gmail.com Tathiane Mayumi Anazawa tathimay@gmail.com Silvana Amaral silvana.amaral@inpe.br Flávia da Fonseca Feitosa flavia.feitosa@ufabc.edu.br José Irineu Rangel Rigotti rigotti@cedeplar.ufmg.br Antonio Miguel Vieira Monteiro miguel.monteiro@inpe.br <p>A distribuição populacional na superfície terrestre revela uma variedade de padrões espaciais que refletem processos sociodemográficos relacionados às dinâmicas histórico-geográficas que os produziram. As grades populacionais têm ganhado destaque como fonte de dados, envolvendo estimativas e distribuição de população em pequenas áreas. Cada grade populacional é composta por células de tamanhos, cobrindo a totalidade do globo ou territórios locais. Este trabalho apresenta uma revisão comentada da literatura no campo destas representações populacionais, especificamente na distribuição e volume da população, bem como na importância das variáveis auxiliares de cunho espacial, denominadas aqui de variáveis sintomáticas. Estas desempenham papel crucial na construção de modelos pautados na realidade, tanto local quanto global, utilizando métodos diversos, que incluem aprendizado de máquina. Destacam-se ainda as principais iniciativas do campo, os produtos globais disponíveis e as bases técnicas das principais metodologias. Além disso, são discutidas as limitações, precauções e as novas oportunidades resultantes da criação dessas grades populacionais.</p> 2024-11-15T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2304 Desigualdades no mercado de trabalho brasileiro: uma proposta de conceituação e mensuração do trabalho precário sob a lupa da interseccionalidade 2023-08-08T17:35:45-03:00 Barbara Cobo cobo.barbara@gmail.com Beatriz Menezes Marques de Oliveira biameny@gmail.com <p>A partir do reconhecimento da centralidade do trabalho na vida das pessoas, o presente artigo visa analisar o processo de precarização do trabalho em curso e seus impactos diferenciados sobre os grupos populacionais. O objetivo é identificar como a precarização do trabalho opera sob a perspectiva da divisão sexual do trabalho e da segmentação racial histórica do mercado de trabalho brasileiro. Para tanto, o presente artigo traz uma proposta de conceituação e construção de um indicador multidimensional de trabalho precário, com resultados desagregados por sexo e cor/raça, a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE, para a série histórica 2012-2021. O diferencial do indicador proposto é permitir mensurar a precarização do trabalho em termos de incidência e intensidade da precarização no âmbito das estatísticas públicas oficiais brasileiras disponíveis. Como resultado, embora as mulheres, de uma forma geral, tenham apresentado menores taxas de precarização, elas estão em ocupações mais intensamente precárias do que os homens. Por outro lado, mulheres negras se destacaram como o grupo populacional mais afetado pela precarização em curso, acompanhadas de perto pelos homens negros, evidenciando a importância da análise das desigualdades raciais combinadas às desigualdades de gênero no mercado de trabalho.</p> 2024-07-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2315 Desigualdades regionais na enumeração dos registros de óbitos fetais nos sistemas de informações sobre estatísticas vitais no Brasil 2023-08-22T16:44:24-03:00 Lays Janaina Prazeres Marques laysjpmarques@gmail.com Zilda Pereira da Silva zildapereira@usp.br Marcia Furquim de Almeida marfural@usp.br <p>Este estudo tem por objetivo analisar a variação do número de óbitos fetais informados entre o Sistema de Estatísticas Vitais do Registro Civil (RC) e o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e comparar a tendência da taxa de mortalidade fetal (TMF) de ambos os sistemas no Brasil, para o período 2009-2019. A variação percentual (VP) foi analisada por meio da comparação entre as fontes de dados para os óbitos fetais precoces (&lt;28 semanas) e tardios (≥28 semanas). Os <em>clusters</em> de unidades da federação foram obtidos pelo método <em>k-means</em>. Aplicou-se a regressão linear generalizada de Prais-Winsten na análise da tendência da TMF. O SIM demonstrou percentual de captação 27,7% superior ao RC no período estudado. Houve maior número de óbitos fetais informados no SIM para o Brasil e regiões, em ambos os estratos de óbitos. As regiões Norte e Nordeste apresentaram as maiores VP em oposição às regiões mais desenvolvidas do país, Sudeste e Sul, onde verificou-se uma convergência de 95%. Apesar da redução da VP na década analisada, as estimativas de tendência da TMF permaneceram subestimadas no RC. Conclui-se que a captação dos óbitos fetais foi maior no SIM, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, reconhecidas como as mais vulneráveis do país.</p> 2024-07-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2362 A segregação étnico-racial nas regiões metropolitanas de São Paulo e Londres: reflexões sobre um estudo comparativo 2023-10-20T11:17:28-03:00 Joana Barros j.barros@ucl.ac.uk Flavia da Fonseca Feitosa flavia.feitosa@ufabc.edu.br <p>Este artigo analisa a segregação residencial do ponto de vista étnico-racial em duas grandes regiões metropolitanas localizadas no Sul e Norte Globais: Londres (Reino Unido) e São Paulo (Brasil). Utilizaram-se índices espaciais globais e locais para mapear e mensurar as diferentes dimensões espaciais e escalas da segregação étnico-racial nas duas metrópoles. O estudo adotou uma abordagem relacional para a interpretação dos resultados que justapõe resultados globais e variações locais da segregação, dimensões espaciais complementares (dissimilaridade e exposição/isolamento), múltiplas escalas geográficas e padrões de localização espacial dos diferentes grupos étnico-raciais. Os resultados indicam que as regiões metropolitanas de Londres e São Paulo apresentam padrões espaciais de segregação centro-periferia similares, mas inversos. Os resultados também relevaram que os níveis de segregação de Londres são mais altos do que os de São Paulo, indicando que contraintuitivamente Londres é mais segregada étnico-racialmente do que São Paulo. Esses resultados são discutidos no contexto da literatura, explorando as similaridades e diferenças entre as duas regiões metropolitanas. O artigo conclui com uma discussão sobre a relevância dos resultados e uma reflexão sobre a agenda futura para os estudos sobre a segregação urbana.</p> 2024-08-16T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2308 Decomposição das projeções oficiais de população no Brasil 2023-12-29T11:43:33-03:00 Charles Correa charleshcorrea@gmail.com <p>A população brasileira está em constante mudança ao longo do tempo. Contudo, os efeitos de cada componente demográfica nas projeções populacionais oficiais ainda não são claros. Nesta pesquisa, replicamos as<em>Projeções de População Revisão 2018</em>do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística usando um modelo matricial de projeção e o método das componentes por coortes por sexo, idade e região geográfica. Em seguida, estabelecemos quatro cenários alternativos para decompor o cenário <em>benchmark</em> oficial entre quatro efeitos demográficos (fecundidade, estrutura etária, mortalidade e migração) e um efeito residual. Os resultados mostram que a fecundidade e a estrutura etária têm sido os principais impulsores da dinâmica populacional entre 2010 e 2060. De um lado, o efeito negativo da fecundidade abaixo do nível de reposição tem sido compensado em maior parte pelo efeito ainda positivo da estrutura etária, mesmo por regiões do país. De outro lado, o efeito da estrutura etária está diminuindo com o tempo. Em 2048, os efeitos da estrutura etária, mortalidade e migração não serão mais suficientes para contrabalançar os efeitos da fecundidade, resultando em declínio populacional.</p> 2024-09-27T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2341 Insegurança alimentar e acesso irregular à água potável: um panorama da realidade brasileira 2023-09-22T15:35:59-03:00 Hemily Lopes Menezes Silvério hemilymenezes@hotmail.com Julia Thalita Dias juliathalitadias@gmail.com Anabele Pires Santos anabelesantos@ufla.br Melissa Luciana de Araújo melissaluciana20@gmail.com Nathália Ferreira nathalialuizaferreira@gmail.com <p>Este estudo teve como objetivo avaliar a coexistência entre insegurança alimentar (IA) e acesso irregular à água potável no Brasil, bem como sua relação com características sociodemográficas e econômicas no primeiro ano da pandemia de Covid-19. Estudo transversal, com dados do I Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no contexto da pandemia de Covid-19 no Brasil, realizado em 2.180 domicílios de 128 municípios de todos os estados brasileiros, em 2020. A IA foi avaliada pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. O acesso à água potável foi classificado em diário e não diário/irregular. As prevalências isoladas e combinadas destas condições foram calculadas, com investigação dos fatores associados a partir dos testes qui-quadrado e regressão logística múltipla (<em>p</em>&lt;0,05). Cerca de 16% da população estava em situação concomitante de IA e acesso não diário à água potável. Agricultores familiares e produtores rurais, chefes de família de baixa renda e aqueles que residiam no Norte e Nordeste apresentaram as maiores magnitudes de coexistência. Foi preocupante a prevalência da coocorrência das duas condições de escassez avaliadas, acometendo desigualmente localidades e segmentos populacionais, com destaque para as áreas rurais, os lares com piores condições socioeconômicas e as regiões Norte e Nordeste.</p> 2024-09-27T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2312 Insegurança alimentar, bem-estar subjetivo e uso de redes sociais no Brasil entre 2014 e 2018 2024-01-15T15:37:48-03:00 André Braz Golgher agolgher@gmail.com <p>A grande recessão brasileira foi a queda mais acentuada na atividade econômica no Brasil entre o final da Segunda Guerra Mundial e a pandemia de Covid-19. Esta crise econômica pode ter consequências negativas duradouras e não antecipadas sobre a insegurança alimentar (IA) e o bem-estar subjetivo (BES). Além disso, o BES está cada vez mais ligado ao uso de serviços de redes sociais (SRS). O artigo utilizou dados da Pesquisa Mundial de Valores (WVS) e modelos logísticos e logísticos ordenados para testar empiricamente algumas hipóteses. Os resultados empíricos mostraram que: IA está negativamente correlacionada com a satisfação com a vida, mas não com a felicidade; IA não está relacionada ao uso de SRS, pois ainda poucas pessoas os utilizam e os grupos populacionais que sofrem de IA pouco se sobrepõem aos que usam SRS diariamente; BES teve relações positivas com SRS quando o uso não era muito disseminado; as associações entre BES e o uso de SRS tornaram-se negativas à medida que o uso de SRS se tornou mais disseminado.</p> 2024-09-27T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2410 Os efeitos econômicos da pandemia de gripe espanhola de 1918: uma análise empírica da mortalidade sobre a economia de São Paulo 2024-01-27T10:26:59-03:00 Michel Deliberali Marson michelmarson@gmail.com Pamila Cristina Lima Siviero pamila.siviero@unifesp.br <p>O objetivo do artigo é identificar os efeitos econômicos da pandemia de gripe espanhola que atingiu São Paulo no final de 1918, analisando fontes primárias originais. A contribuição para a historiografia econômica é o entendimento dos impactos de curto prazo para a economia paulista dessa pandemia, geralmente preteridos pela literatura econômica devido aos efeitos da Primeira Guerra Mundial. Os resultados indicam que vários setores da economia de São Paulo foram afetados no lado da oferta e da demanda em função do aumento de mortalidade em decorrência da pandemia, principalmente no último trimestre de 1918. As implicações foram visíveis no investimento privado, com a queda do registro de empresas e empréstimos bancários, na diminuição física e de valor da produção industrial de produtos não essenciais e no aumento dos essenciais em um contexto de crise de saúde pública. No entanto, a recuperação também foi rápida, o que explica, em parte, a pouca atenção dada pela historiografia econômica para identificar os efeitos da gripe espanhola sobre a economia.</p> 2024-09-27T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2418 Perda de renda e intenções de fecundidade durante a pandemia de COVID-19 no Brasil 2024-02-06T16:38:28-03:00 Letícia Junqueira Marteleto ljmart@sas.upenn.edu Molly Dondero dondero@american.edu Luiz Gustavo Fernandes Sereno luizgustavosereno@gmail.com Raquel Zanatta Coutinho quelzanatta@cedeplar.ufmg.br <p style="font-weight: 400;">O estudo objetiva examinar como a perda de renda induzida pela pandemia moldou as intenções de fecundidade no início da pandemia, examinando as diferenças nessa associação entre mães e não mães, e se os efeitos são semelhantes para as intenções de adiar versus renunciar à gravidez. A pesquisa emprega uma abordagem mista, combinando dados de pesquisa probabilística em nível populacional de 1.524 mulheres férteis com parceiros, com idades entre 18 e 34 anos, com observações qualitativas obtidas a partir de 56 entrevistas semiestruturadas com mulheres com idades entre 18 e 39 anos em Pernambuco, Brasil. Modelos de regressão multinomial foram utilizados para distinguir entre intenções de adiar, renunciar e engravidar dentro de seis meses, explorando associações com a perda de renda induzida pela pandemia antes da entrevista, maternidade e parturição. Observamos que a maioria das mulheres pretendia evitar a gravidez no início da pandemia, com diferenças importantes entre as intenções de adiar versus renunciar entre mães e não mães. Além disso, a perda de renda induzida pela pandemia e a maternidade/parturição interagiram para definir as intenções de fecundidade. Enquanto as não mães não foram afetadas pela perda de renda, as mães tinham intenções diferentes dependendo da perda de renda, com aquelas que a experimentaram mais propensas a adiar ou renunciar a uma gravidez, e as mães de dois ou mais filhos mais propensas a renunciar completamente a uma gravidez. A análise qualitativa corroborou esses padrões e forneceu uma sensibilidade mais sutil das intenções de fecundidade aos choques de renda induzidos pela pandemia.</p> 2024-12-06T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2412 Condicionantes demográficos das transferências de renda e estratégias de sobrevivência rural na Amazônia: autonomia ou dependência? 2024-03-19T11:14:21-03:00 Alisson F. Barbieri barbieri@cedeplar.ufmg.br Helena Teixeira Magalhães Soares barbieri@cedeplar.ufmg.br <p>O debate sobre a eficácia do acesso aos benefícios socioassistenciais como fator de superação da pobreza e vulnerabilidade tem sido marcado por visões divergentes em termos de geração de autonomia e empoderamento, ou como a perpetuação de uma relação de dependência que anula as capacidades individuais e entrega da responsabilidade ao Estado. Uma lacuna nesse debate é compreender os efeitos dos benefícios considerando a dinâmica demográfica domiciliar e as condições específicas do meio rural, especificamente das unidades domiciliares de produção, e suas decisões de uso da terra e alocação de mão de obra. O objetivo do artigo é avaliar o impacto do acesso aos benefícios socioassistenciais sobre as estratégias de subsistência das famílias rurais, particularmente as decisões de uso da terra e alocação de mão de obra domiciliar. Avalia-se, ainda, como e se a composição demográfica das famílias exerce efeito mediador sobre esse impacto. É proposto um estudo de caso baseado em pesquisa domiciliar em 2015 no município de Machadinho, Rondônia, utilizando uma combinação de estatísticas descritivas, testes de diferenças de médias e probabilidades acumuladas por meio do estimador Kaplan-Meier de manutenção da produção rural com o recebimento de benefícios. Os resultados, ao indicarem que tamanho e composição demográfica são significativos para determinarem tanto a dinâmica dos benefícios quanto a relação destes com as estratégias de subsistência rurais, inclusive com segurança alimentar e investimento produtivo rural, reforçam a importância dos benefícios como elemento de autonomia produtiva e de fortalecimento das capacidades individuais e coletivas de domicílios em situação de vulnerabilidade.</p> 2024-12-06T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2354 A escolha individual de cobertura privada de saúde em diferentes etapas do ciclo de vida em uma operadora de saúde no Brasil 2024-01-09T16:17:00-03:00 Aline de Souza alinesouza.ecn@hotmail.com Mônica Viegas Andrade mviegas@cedeplar.ufmg.br Kenya Valéria Micaela de Souza Noronha knoronha@cedeplar.ufmg.br Igor Viveiros Melo Souza igorviveiros@cedeplar.ufmg.br <p>Este artigo analisa a probabilidade de permanência no plano de saúde para beneficiários de contratos individuais de uma operadora de saúde da região Sudeste do Brasil entre 2010 e 2018. Foi utilizada análise de sobrevivência para verificar o risco de o indivíduo encerrar o contrato com a operadora ou mudar para um plano mais restrito. Os principais resultados apontam que os idosos são um grupo estável, com menores chances de sair ou trocar de plano em comparação à população entre 25 e 59 anos.</p> 2024-12-06T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2383 Migrações e fluxo escolar da coorte de estudantes de 2008 a 2019, em Minas Gerais 2024-01-21T16:04:10-03:00 Thiago Zordan Malaguth thiagomalaguth@gmail.com José Irineu Rangel Rigotti rigotti@cedeplar.ufmg.br Renato Moreira Hadad rhadad@pucminas.br <p>A migração dos estudantes é um importante fenômeno que pode ter implicações para o resultado educacional. Poucos estudos avaliaram a influência da migração na escolaridade dos indivíduos, sobretudo no contexto dos países em desenvolvimento. Este trabalho tem como objetivo analisar a relação das migrações com o fluxo escolar da coorte de estudantes de Minas Gerais que estavam matriculados no 1º ano do ensino fundamental, em 2008. Utilizaram-se dados longitudinais preparados a partir dos Censos Escolares, de 2008 a 2019, para comparar a regularidade do fluxo escolar dos estudantes migrantes, por quantidade de migrações, com a dos não migrantes. Foram encontradas baixas diferenças na regularidade de fluxo escolar entre migrantes e não migrantes antes da migração. Por outro lado, o fluxo escolar de migrantes se torna mais irregular após o movimento, exceto para migrações realizadas em transições de níveis escolares. No caso de migrações na transição para o ensino médio, foram encontradas alta seletividade positiva antes da migração e baixa variação após. Isto indica que a migração pode ter como objetivo o investimento em educação. Os resultados evidenciam a necessidade de se considerar a migração em estudos sobre resultados educacionais e os ganhos de uma análise longitudinal para os estudos demográficos.</p> 2025-01-10T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2438 O crescimento dos domicílios e a transição demográfica na América Latina: implicações para a análise das necessidades habitacionais 2024-05-20T15:43:18-03:00 Diva Marcela García-García diva.garcia@uexternado.edu.co Mariana Marcos marianamarcos.ar@gmail.com Juan Antonio Módenes Cabrerizo jamodenes@ced.uab.es <p>O avanço da transição demográfica traz consigo mudanças imediatas que moldam o crescimento dos domicílios. Este artigo examina a evolução desse processo na América Latina e suas implicações para a política habitacional. Utilizando dados censitários de 17 países da região, bem como de Espanha e Portugal, este estudo emprega um método de decomposição para analisar os fatores demográficos que influenciam o crescimento recente dos domicílios. Os resultados destacam o impacto decrescente do crescimento populacional nesse processo e enfatizam o papel cada vez mais influente da estrutura etária e dos fatores comportamentais na formação dos domicílios. Este último determinante introduz elementos de incerteza, uma vez que é menos previsível e está intimamente relacionado às conjunturas socioeconômicas. Como resultado, o artigo conclui que é essencial melhorar os métodos para incorporar esses componentes e suas trajetórias cíclicas e incertas na modelagem do crescimento dos domicílios. Também é destacada a necessidade de adotar estratégias de planejamento da política habitacional para o futuro pós-transicional, em que predominarão as incertezas.</p> 2025-01-10T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2466 Quem cuida da menina? Oferta de cuidados e estrutura de parentesco na América Latina 2024-05-01T01:10:32-03:00 Adriana Robles arrobles@colmex.mx Paula Martes-Camargo pmartes@colmex.mx Roxana Rodríguez-Franco roxrodriguez@colmex.mx <p>Os níveis de fecundidade e mortalidade podem definir o tamanho e a estrutura das famílias. As características da família determinam as relações de cuidado entre seus membros, especialmente em relação às crianças. Utilizando pesquisas de uso do tempo, dados de fecundidade e mortalidade de três países latino-americanos com perfis demográficos diferentes (Colômbia, México e Paraguai), bem como modelos de parentesco de dois sexos variáveis ao longo do tempo, estimaram-se os cuidados recebidos pelas crianças considerando suas estruturas de parentesco. Até 2020, as mulheres dos países analisados dedicavam 2,4 vezes mais tempo do que os homens ao cuidado de crianças, sendo as mexicanas aquelas que ofereciam mais tempo a essa atividade. Constatamos que o número de parentes diminuirá ao longo do tempo e, portanto, a oferta potencial de cuidados será reduzida devido à menor disponibilidade de parentes jovens e ao envelhecimento dos cuidadores mais velhos. Diante das mudanças nas estruturas familiares e da feminização do trabalho de cuidado, reconhece-se a necessidade de implementar sistemas de cuidado que forneçam serviços abrangentes e redistribuam essas atividades entre os membros da família, da comunidade e do Estado.</p> 2025-01-10T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2450 “Estou desistindo do Brasil”: mudanças nas aspirações e capacidades migratórias diante de crises simultâneas 2024-06-17T13:49:40-03:00 Gisela P. Zapata gpzapata@cedeplar.ufmg.br Nuni Jorgensen n.vieirajorgensen@qmul.ac.uk Gilvan R. Guedes gilvan@epopea.com.br Ana Clara Oliveira anaclara@epopea.com.br Alisson F. Barbieri barbieri@cedeplar.ufmg.br <p>Com base na teoria de aspirações-capacidades, este artigo analisa como a sobreposição de três choques - uma crise sociopolítica nacional, uma recessão econômica e um desastre socioambiental - influenciou as aspirações, decisões e estratégias de migração internacional das famílias. O estudo utiliza uma abordagem de métodos mistos, incluindo um <em>survey</em> estatisticamente representativo e 18 entrevistas semiestruturadas com famílias com e sem experiência migratória internacional em Governador Valadares, um dos principais epicentros de emigração no Brasil. Argumenta-se que, apesar das representações similares da migração internacional entre os estratos socioeconômicos, as aspirações e capacidades das pessoas de migrar no contexto de crises multidimensionais variam de acordo com sua posição de classe. Esses choques externos moldaram as aspirações de migração não apenas instrumentalmente, diminuindo o acesso a recursos financeiros e naturais, mas também simbolicamente, por meio de sentimentos de desânimo. Enquanto os trabalhadores pobres relatam viver em um “estado permanente de crise” e veem a emigração como uma ferramenta para melhorar suas condições de vida, para as classes médias baixas essas crises tornaram visível o descompasso entre suas (altas) expectativas, construídas durante a era de otimismo do início dos anos 2000, e suas reais chances de mobilidade social. A migração, portanto, aparece como uma solução para acessar serviços que outrora podiam pagar. Para as classes médias altas, essas crises representaram uma ruptura, com a emigração agora sendo considerada uma forma de manter sua qualidade de vida e posição de classe.</p> 2025-01-10T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2415 A dinâmica familiar como condicionante da mobilidade residencial no espaço metropolitano 2024-05-20T16:42:55-03:00 Cimar Alejandro Prieto Aparicio cimar.aparicio@gmail.com Ednelson Mariano Dota ednelson@unicamp.br <p>Em um contexto de mudança nos padrões de migração interna e da organização domiciliar das famílias, com intenso impacto nos processos de expansão urbana no Brasil, a análise da mobilidade residencial nas regiões metropolitanas constitui um campo de pesquisa em transformação nos estudos da mobilidade espacial da população. Neste artigo, analisamos dados primários de mobilidade residencial retrospectiva realizada na Região Metropolitana da Grande Vitória (Brasil) em 2022, a fim de compreender a trajetória de mobilidade residencial e a relação com a dinâmica familiar observada nos arranjos domiciliares em áreas de expansão metropolitana com níveis diferenciados de vulnerabilidade à pobreza. Embora a aquisição da casa própria seja a principal razão para a mobilidade residencial, eventos familiares aparecem como um motivo complementar, em uma lógica articulada com a fase do ciclo de vida das famílias e as transições do curso de vida de seus membros. Os resultados evidenciam que a dinâmica familiar é um fator presente em todas as etapas da trajetória da mobilidade residencial. O tipo de arranjo domiciliar influencia a chance do deslocamento habitacional por aquisição de moradia, especialmente para a população mais vulnerável à pobreza.</p> 2025-01-10T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2493 Idade prospectiva e as novas medidas de envelhecimento populacional: indicadores para o Brasil e suas cinco regiões 2024-06-24T20:41:53-03:00 Anderson Gonçalves anderson.coordena@gmail.com Luciana Correia Alves lcalves@unicamp.br <p>A discussão sobre a mensuração do envelhecimento é uma necessidade objetiva diante de um fenômeno cada vez mais presente na sociedade, sobretudo para a definição do público elegível a determinadas políticas públicas. Este artigo propõe uma revisão da análise sobre envelhecimento populacional no Brasil, partindo da abordagem que considera as novas formas de conceituar e mensurar o envelhecimento populacional e estabelecendo uma perspectiva subnacional que favoreça o estudo do processo de envelhecimento vigente no país. O objetivo é utilizar diferentes conceitos de idade para mensurar o envelhecimento populacional e evidenciar parte das desigualdades nesse processo. São utilizados dados do IBGE para o Brasil e suas cinco regiões, compreendendo o período entre 1980 e 2060. Os resultados indicam que o envelhecimento populacional é uma tendência para todas as regiões do Brasil, mas há diferenças importantes no estágio de envelhecimento de cada região, ou seja, existem regiões em estágio mais avançado no processo de envelhecimento populacional mensurado tanto com as <em>medidas tradicionais</em> como com as <em>medidas prospectivas</em>. Além disso, as <em>medidas prospectivas</em> apresentam um ritmo de envelhecimento mais lento quando comparadas com as <em>medidas tradicionais</em>.</p> 2025-01-10T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2459 Condições sociodemográficas, migrações e posse de moradia na Argentina 2024-04-17T17:38:30-03:00 Martin Alejandro Basso martin.basso@unc.edu.ar Isabel del Valle Gulli isabel.gulli@unc.edu.ar <div id="ts-body"> <div class="css-44 ts-pivot-container"> <div id="ContentContainer"> <div role="tabpanel" aria-labelledby="Pivot0-Tab0"> <div class="ts-lookup-pivot"> <div id="Lookup" class="ts-pivot-lookup-component"> <div class="ms-Grid ts-grid"> <div class="ms-Grid-row"> <div class="ts-textfield-container " lang="pt"> <div class="ts-alignment-view-container"> <div id="ts-alignment-view-idtgt" class="ts-alignment-view ms-font-m ts-alignment-view-tgt ts-ltr-left-zero" tabindex="0" aria-hidden="false"> <div tabindex="-1" role="label">Este artigo estuda o regime de posse de moradia na Argentina nas últimas décadas. Realiza-se uma revisão das diferentes correntes teóricas que abordam o tema. Trabalhamos com dados secundários da Pesquisa Domiciliar Permanente (EPH). Enfatizam-se a dimensão temporal e espacial, a estrutura etária e as migrações, analisando-as em suas múltiplas facetas e destacando sua importância para o desenvolvimento do país e para a qualidade de vida dos seres humanos, bem como sua utilidade no desenho de políticas públicas. Entre os resultados, há um ajuste não linear muito bom entre a estrutura etária e a posse da moradia, em que os efeitos marginais estão diminuindo. Há também diferenças geográficas significativas no acesso à moradia, sendo que as províncias com maior tendência à expulsão da população tendem a ter a maior porcentagem de proprietários. A migração também parece desempenhar um papel importante, especialmente porque muitos imigrantes alugam moradia.</div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> 2025-01-10T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2387 Consumo de carne e disparidades raciais/étnicas em estudo de base populacional na cidade de Campinas, Brasil 2024-04-30T14:29:36-03:00 Samara Agda dos Santos samaraagda@yahoo.com.br Josiane Steluti jsteluti@unifesp.br Natália Simonian Rodrigues Valente Ghedini natalia.simonian@unifesp.br Semíramis Martins Álvares Domene semiramis.domene@unifesp.br <p>O objetivo do presente estudo foi investigar o consumo de carne na população adulta residente em um município do interior de São Paulo, Campinas, segundo raça/cor da pele em dois períodos: 2008/2009 e 2014/2015, frente à lacuna na literatura sobre a temática. Assim, buscou-se avaliar a associação entre raça/cor e consumo de carne, um alimento de grande valor cultural, a partir da hipótese de que este marcador demográfico tem relevância para explicar escolhas alimentares. Trata-se de estudo transversal de base populacional, avaliando participantes do Inquérito de Saúde do Município de Campinas (ISACamp) realizado em 2008/2009 e 2014/2015, com, respectivamente. 2.354 e 1.606 indivíduos com 20 anos ou mais de idade. Os dados de consumo alimentar foram coletados pelo método recordatório alimentar de 24 horas e as carnes foram classificadas de acordo com a origem animal e o tipo de processamento. Modelos de regressão linear foram executados para avaliar a associação entre consumo de carnes e variáveis sociodemográficas com nível de significância de 5%. Foi encontrado menor consumo total de carnes, carne vermelha, carne bovina e peixe entre indivíduos com cor de pele autodeclarada preta em comparação àqueles com cor de pele autodeclarada branca. O consumo de carne vermelha variou de 109,4g a 157,9g em 2008/2009 e de 102,1g a 125,1g em 2014/2015 entre os grupos, ficando acima da recomendação em ambos os períodos. O Fundo Mundial de Pesquisa do Câncer orienta o consumo de carne vermelha entre 50 e 71,4g/dia; assim, esses achados reforçam a importância de estudos que investiguem o impacto da etnia sobre o consumo alimentar, já que as disparidades raciais podem estar na origem do consumo insuficiente ou em excesso de determinados tipos de carne, sendo que a compreensão dos fatores associados ao consumo dos tipos de carnes é relevante para a adoção de ações de saúde voltadas à ingestão alimentar adequada.</p> 2025-01-13T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2521 Três décadas de difusão da fecundidade em uniões consensuais na Colômbia: o provável fim do gradiente socioeconômico no processo de formação de família 2024-09-25T20:41:12-03:00 Dannyra Tatiana Mendoza Cuello dannyramendozacuello@gmail.com Mario Andres Estrada Lopez maestradal@unal.edu.co Joice Melo Vieira joicemv@unicamp.br <p>Esse artigo examina os padrões e níveis de fecundidade de mulheres colombianas, segundo o tipo de união conjugal e classe socioeconômica. Analisa-se especialmente o estreitamento de algumas brechas que antes distinguiam o comportamento da fecundidade nas diferentes classes socioeconômicas. Utilizando os dados da Demographic and Health Survey (DHS) de 1995, 2005 e 2015, são analisadas as mudanças no contexto em que ocorre a reprodução que refletem transformações nos valores que orientam a formação de família, respaldadas pelos marcos legais. Houve um aumento generalizado das uniões consensuais em todos os grupos sociais ao longo das décadas. Também observou-se que as uniões consensuais passaram a ter uma maior participação na taxa de fecundidade total (TFT) em comparação com o casamento, sendo responsáveis por 57,5 % da fecundidade total colombiana, o que significa uma participação na TFT, em 2015, 39,4 pontos percentuais maior do que aquela das mulheres casadas. Aparentemente, há inclusive mais crianças nascendo fora de uniões de qualquer tipo do que dentro do casamento.</p> 2025-01-14T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2449 Autoidentificação no censo equatoriano de 2022: dinâmica demográfica e barreiras estruturais 2024-03-27T23:03:18-03:00 Rosa Victoria Salinas-Castro victoriasalinas@yahoo.com Jorge Eduardo Garcia-Guerrero z82gaguj@uco.es <p>As questões relacionadas com a etnicidade ganharam importância nas agendas latino- -americanas. No Equador, os censos tiveram limitações históricas, evoluindo para incluir critérios de autoidentificação linguística e étnica desde 2001. Comparando os resultados do Censo 2022 com os anteriores, observou-se uma redução da população indígena em determinados territórios, motivando este estudo a analisar suas possíveis causas. Trata-se de uma investigação exploratória e descritiva, qualitativa e quantitativa, com recurso a um questionário pós-censitário e a entrevistas semiestruturadas em freguesias selecionadas. Observaram-se alterações demográficas significativas na população indígena, com diminuição da população jovem em idade produtiva e aumento da população idosa. A transição demográfica tem um impacto direto na carga populacional e nas bases da população indígena. A migração e a fecundidade são fatores fundamentais que influenciam a dinâmica populacional, juntamente com a metodologia censitária que tem impactado na redução de pessoas recenseadas. Esse declínio não pode ser atribuído a uma perda de identidade, pois os dados mostram uma mudança na composição da população. É essencial continuar a realizar análises para compreender para onde se desloca a população não recenseada nestas áreas e garantir informação relevante e confiável para a formulação de políticas públicas inclusivas.</p> 2024-01-13T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2436 A transição da fecundidade no Brasil: investigação sobre os efeitos das crises exógenas nas tendências recentes de queda do número de nascidos vivos 2024-08-19T14:53:20-03:00 Raquel Zanatta Coutinho quelzanatta@gmail.com Igor Viveiros Melo Souza igorviveiros@gmail.com <p>O Brasil passou por crises econômicas e sanitárias (epidemia de Zika vírus em 2015-2016 e pandemia de Covid-19 em 2020-2021), das quais muito se discutiu o potencial efeito sobre a fecundidade, ainda em transição. Neste artigo, utilizando o número de nascidos vivos oriundo do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e análises de séries temporais controladas por sazonalidade, tendência e ciclos harmônicos, investigamos instabilidades que podem sinalizar choques exógenos. A queda no número de nascimentos esconde importante heterogeneidade etária, regional e por escolaridade. Adolescentes e adultas jovens, especialmente as de baixa escolaridade, experimentaram importante queda, enquanto o número de nascimentos entre mulheres mais velhas vem crescendo, o que guarda relação com mudanças na composição etária e não são completamente explicadas quando controladas pelas tendências e sazonalidade. Análises das quebras estruturais revelam que os efeitos do Zika vírus e da pandemia de Covid-19 foram importantes, porém menores do que se especulou, dada a tendência de queda já existente. Ciclos econômicos parecem ser a melhor explicação para movimentos na fecundidade da década, especialmente para mulheres adultas. No entanto, os mesmos não explicam a queda dos nascimentos entre adolescentes e mulheres adultas jovens, que no início do período possivelmente estivera ligada a mudanças ideacionais; e durante a pandemia de Covid-19 pode ser explicada pela incerteza após anúncio da declaração de pandemia.</p> 2024-01-13T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2526 Tipos de relações conjugais, papéis de gênero e diferenciais socioeconômicos no Brasil 2024-09-30T18:32:10-03:00 Juliana Mara F. Viana Gandra juliana.mfv@gmail.com Simone Wajnman simonewajnman@gmail.com Luciana Luz lucianasoaresluz@gmail.com <p>A mudança nos padrões familiares observada a partir da segunda metade do século XX leva à necessidade de se examinar a estrutura familiar muito além dos contornos típicos de tamanho e composição. As transformações culturais, institucionais e valorativas da sociedade, com seus efeitos na formação e dissolução das famílias, mostram que a formação e o arranjo doméstico dos casais se afastam, cada vez mais, do tradicional modelo de especialização de gênero (<em>male breadwinner/female homemaker</em>). Tratando destas mudanças para o Brasil, este trabalho discute as inter-relações entre simetria de papéis de gênero, os tipos conjugais e a organização doméstica entre os cônjuges/companheiros. Utilizando dados da PNAD 2014, os casais brasileiros foram classificados em uma escala de tradicionalismo de papéis de gênero, em uma aplicação metodológica de análise de perfis latentes. As evidências encontradas mostram que a maioria dos casais do país ainda se organiza em uma divisão tradicional de responsabilidades (42,4%). Quase 39% dos casais reúnem características da chamada “revolução de gênero estagnada”: as mulheres dividem a responsabilidade de provimento de renda com seus parceiros, mas eles não dividem com elas as responsabilidades domésticas. Somente uma pequena parcela de casais, com elevada escolaridade e alta renda, parece usufruir de uma divisão em que ambos compartilham igualmente as responsabilidades domésticas (12,6%). Uma análise da associação entre os tipos conjugais, a formação familiar e comportamentos igualitários de gênero é realizada por meio de uma regressão logística multinomial, em que a variável dependente é a classe que representa a posição do casal na escala de tradicionalismo de papéis de gênero. Os resultados sugerem que parcerias mais igualitárias podem ser uma realidade mais alcançável por mulheres formalmente casadas e com educação de nível superior.</p> 2024-01-13T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2484 Shifting Politics and the Makeover of Birth Control Policies 2024-06-17T18:10:04-03:00 George Martine georgermartine@yahoo.com <p> </p> <p> </p> 2025-01-10T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2540 O Brasil tem muitos Brasis: a agenda de saúde sexual e reprodutiva do Cairo e a coleta de dados domiciliares 2024-10-29T07:39:22-03:00 Paula Miranda-Ribeiro pmirandaribeiro@gmail.com 2025-01-10T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2545 30 anos da CIPD 1994: saúde, direitos sexuais e direitos (pós)reprodutivos na constituição da agenda de população e desenvolvimento 2024-11-04T12:45:39-03:00 Richarlls Martins richarlls.martins@fiocruz.br 2025-01-10T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2542 Estimativas de saldos migratórios e taxas líquidas de migração das grandes regiões e unidades da federação do Brasil, por sexo, grupo etário e residência urbana/rural, 1960-1970 e 1970-1980 2024-10-30T15:26:51-03:00 Fernando Fernandes demographyandme@outlook.com José Alberto Magno de Carvalho demographyandme@outlook.com <p>Este estudo estima os saldos e as taxas líquidas de migração para regiões e estados brasileiros de 1960 a 1970 e 1970 a 1980. Com base nos dados dos censos de 1960, 1970 e 1980, estimamos a migração por sexo, faixas etárias quinquenais e residência urbana/rural. Usamos as tabelas de sobrevivência de Carvalho (1978) e Carvalho e Pinheiro (1986) para ajustar a mortalidade. Aplicamos o método da taxa de sobrevivência intercensitária (ISR) para indivíduos com dez anos ou mais, que ajusta as taxas de sobrevivência nacionais para refletir os níveis de mortalidade local. Para as coortes nascidas em cada período intercensitário, utilizamos o método das razões observadas de crianças por mulheres em idade reprodutiva nos censos e distinguindo os efeitos diretos dos indiretos da migração. Compilamos nossas estimativas em um banco de dados acessível ao público, apoiando pesquisas adicionais sobre padrões históricos de migração no Brasil.</p> 2025-01-10T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2574 Nota dos editores 2025-01-14T11:57:03-03:00 Cássio M. Turra turra@cedeplar.ufmg.br Igor Cavallini Johansen igorcav@unicamp.br 2024-01-13T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População https://rebep.emnuvens.com.br/revista/article/view/2544 Entre trajetórias e agendas: os estudos sobre a relação população e ambiente revisitados 2024-11-02T22:01:00-03:00 Tathiane Mayumi Anazawa tathimay@gmail.com Thiago Fernando Bonatti thiagofbonatti@gmail.com Roberto Luiz do Carmo roberto@nepo.unicamp.br 2025-01-10T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População