Por que as ocupações “femininas" pagam menos? Um estudo longitudinal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0212

Palavras-chave:

Segregação ocupacional por sexo, Diferencial salarial por sexo, Mercado de trabalho brasileiro, Teoria da desvalorização

Resumo

Nas últimas décadas, a taxa de participação feminina na força de trabalho cresceu de maneira expressiva no Brasil, passando de 18,5% em 1970 para 48,9% em 2010. Apesar disso, a segregação ocupacional por sexo persiste e pode ser um fator determinante para explicar a diferença salarial em desfavor das mulheres no país. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho é compreender porque as ocupações femininas pagam menos. A fim de testar a teoria sociológica da desvalorização do trabalho feminino, avalia-se o impacto da transição entre ocupações distintas quanto à composição por sexo no rendimento dos trabalhadores. Para isso, são utilizados os microdados longitudinais de divulgação trimestral das edições de 2012 a 2019 da PNAD Contínua (IBGE) em um modelo de painel de efeitos fixos. A tipologia de integração ocupacional proposta por Oliveira (2001) é adotada para classificar as ocupações em predominantemente femininas, predominantemente masculinas ou integradas. Os resultados mostram que o trabalhador experimenta queda no rendimento quando transita para uma ocupação feminina, de modo que a hipótese da desvalorização é suportada. Observa-se, ainda, que os maiores rendimentos são recebidos nas ocupações integradas, indicando que a relação entre a composição ocupacional por sexo e os rendimentos é não linear.

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Biografia do Autor

Yasmin Geronimo da Silva, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo-SP, Brasil

Yasmin Geronimo da Silva é bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Daniela Verzola Vaz, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo-SP, Brasil

Daniela Verzola Vaz é doutora, mestre e bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Professora adjunta do Departamento de Economia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

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Publicado

2022-08-01

Como Citar

Geronimo da Silva, Y., & Verzola Vaz, D. (2022). Por que as ocupações “femininas" pagam menos? Um estudo longitudinal. Revista Brasileira De Estudos De População, 39, 1–28. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0212

Edição

Seção

Artigos originais