Prematuridade no Brasil entre 2012 e 2019: dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0173

Palavras-chave:

Recém-nascido prematuro, Nascimento prematuro, Sistemas de Informação, Planejamento em saúde

Resumo

O objetivo deste estudo é analisar a tendência de prematuridade no Brasil, entre 2012 e 2019, segundo características sociodemográficas, do pré-natal e parto. Trata-se de um estudo ecológico de série temporal, em que foram calculadas as proporções de prematuridade segundo as regiões do Brasil, idade materna, escolaridade materna, raça/cor, número de consultas pré-natal e tipo de parto, a partir dos dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc). Sequencialmente, foram aplicados modelos de regressão polinomial para análise de tendência temporal. De 2012 a 2019, a proporção de prematuridade no Brasil apresentou tendência decrescente, variando de 10,87% a 9,95%, com a menor proporção em 2015, que foi de 9,77%. As mulheres na faixa etária de 45 anos ou mais e com 4 a 6 consultas de pré-natal apresentaram as maiores proporções de prematuridade para o período (14,88% a 17,92%) e com tendência crescente. Já as mulheres analfabetas e indígenas mostraram tendência decrescente para o período, apesar de terem as maiores proporções de prematuridade (15,75% a 11,74%). Há uma tendência decrescente de prematuridade no Brasil, especialmente em mulheres mais vulneráveis, entretanto, os serviços de saúde precisam melhorar o atendimento das mulheres com idade materna avançada e atrair aquelas com poucas consultas de pré-natal.

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Biografia do Autor

Katrini Guidolini Martinelli, Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Vitória-ES, Brasil

Katrini Guidolini Martinelli é cirurgiã-dentista, doutora em epidemiologia em saúde pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca – Fiocruz. Pós-doutoranda do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Espírito Santo.

Bárbara Almeida Soares Dias, Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rio de Janeiro-RJ, BrasilZ

Barbara Almeida Soares Dias é enfermeira, doutora em epidemiologia em saúde pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca – Fiocruz.

Marcelle Lemos Leal, Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Vitória-ES, Brasil

Marcelle Lemos Leal é bióloga, doutora em saúde coletiva pela Universidade Federal do Espírito Santo. Coordenadora da vigilância epidemiológica na Prefeitura de Marataízes-ES.

Lorrayne Belotti, Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo-SP, Brasil

Lorrayne Belotti é cirurgiã-dentista, doutoranda em saúde pública na Universidade de São Paulo e mestra em saúde coletiva pela Universidade Federal do Espírito Santo.

Érica Marvila Garcia, Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo-SP, Brasil

Érica Marvila Garcia é enfermeira, doutoranda em saúde pública na Universidade de São Paulo e mestra em saúde coletiva pela Universidade Federal do Espírito Santo.

Edson Theodoro dos Santos Neto, Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Vitória-ES, Brasil

Edson Theodoro dos Santos Neto é cirurgião-dentista, doutor em epidemiologia em saúde pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca – Fiocruz. Professor associado do Departamento de Medicina Social da Universidade Federal do Espírito Santo.

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Publicado

2021-10-08

Como Citar

Guidolini Martinelli, K., Almeida Soares Dias, B. ., Lemos Leal, M. ., Belotti, L., Marvila Garcia, Érica, & Theodoro dos Santos Neto, E. (2021). Prematuridade no Brasil entre 2012 e 2019: dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. Revista Brasileira De Estudos De População, 38, 1–15. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0173

Edição

Seção

Artigos originais